Em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (31), o governador de Goiás e pré-candidato à presidência, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou estar sendo alvo de perseguição política por parte do governo federal. Segundo ele, as decisões da gestão do presidente Lula refletem uma retaliação à sua pré-candidatura.
“Estou sendo perseguido. Nas privatizações das rodovias, Goiás foi excluído. Além disso, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, assinou uma portaria que vetou um empréstimo de R$ 700 milhões junto ao Banco Mundial, mesmo após aprovação pelo Tesouro e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Isso demonstra que as ações do governo não seguem critérios técnicos, mas sim um viés de retaliação contra um governo que está dando certo”, declarou Caiado.
O governador também rebateu declarações da ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que afirmou que os governadores deveriam agradecer ao presidente Lula pela negociação das dívidas estaduais.
“Ela não pode cobrar por algo que sequer aconteceu. O Propag [Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados] ainda não tem legislação aprovada. Todos os benefícios e renegociações de dívidas que obtive foram conquistados no governo anterior. Não faz sentido essa cobrança”, contestou.
Caiado ainda ironizou as recentes declarações de Lula sobre roubos de celular. “Mas qual é o Lula real? O que dizia que estavam sendo agressivos com o jovem que roubou um celular ou o de agora? O problema não é apenas o roubo de celulares. O Brasil está sendo conduzido a uma transição perigosa, saindo de um Estado democrático para um Estado dominado pelo narcotráfico, devido à omissão do governo federal”, criticou.
Ele seguiu apontando o avanço do crime organizado no país. “As facções estão ocupando territórios, controlando setores da economia, destruindo empresas e ameaçando cidadãos. Hoje, a droga já se tornou um souvenir desse cenário. Em vez de focar apenas no ladrão de celular, o governo deveria reconhecer que perdeu o controle da segurança pública. O PT tem sido complacente com o crime, pois essa relação faz parte da estrutura que eles ajudaram a construir e da qual são reféns”, concluiu.