Médica denuncia abuso de autoridade após ser presa no Hetrin

Médica denuncia abuso de autoridade após ser presa no Hetrin

Uma médica denunciou um caso de abuso de autoridade após ser detida por questionar a atitude de policiais civis que, acompanhados de um detento, exigiram atendimento prioritário para um exame de corpo de delito no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), durante seu plantão na segunda-feira (18/11). De acordo com o relato da profissional, os policiais entraram no consultório sem ser chamados, interrompendo o atendimento de outro paciente. Quando a médica pediu que aguardassem a vez, um dos policiais teria reagido de forma agressiva, ameaçando-a enquanto colocava a mão no coldre da arma.

A médica informou que concluiu o exame solicitado por volta das 20h40, mas cerca de 20 minutos depois, os policiais retornaram ao consultório, começaram a filmá-la e a a prender em flagrante por desacato, exigindo que ela os acompanhasse imediatamente. No depoimento, ela destacou que o hospital estava lotado, com cerca de 40 pacientes aguardando atendimento, além de casos graves na emergência. Mesmo assim, os agentes insistiram em levá-la, deixando a unidade sem médico para atender os demais pacientes.

Após ser levada à delegacia, a médica relatou que teve seu celular apreendido e foi informada de sua prisão. Durante o depoimento ao delegado, ela narrou os acontecimentos no hospital e foi informada de que seria liberada após os esclarecimentos. No entanto, ela afirmou que uma das policiais tentou intimidá-la psicologicamente, acusando-a de tirar fotos de maneira clandestina — o que a médica negou. A profissional mencionou sua intenção de denunciar o abuso de autoridade, o que teria gerado uma nova tentativa de intimidação por parte da policial. O depoimento foi registrado por volta das 23h, e a médica foi liberada às 23h50. Ela contou que teve dificuldades para conseguir transporte devido ao horário e à chuva, retornando ao hospital emocionalmente abalada e sem condições de continuar seu plantão.

O Hospital Estadual de Trindade lamentou o ocorrido, informou que está colaborando com as investigações e reafirmou seu compromisso com a qualidade do atendimento à população e o apoio aos profissionais da saúde. A Polícia Civil de Goiás anunciou que a Corregedoria está apurando o caso.

A defesa da médica informou que irá tomar medidas legais contra o estado, buscando reparação por danos morais e reafirmando a inocência da cliente. A advogada também destacou que a médica agiu de acordo com os princípios éticos e legais da profissão em todos os momentos, e que uma representação será feita ao Ministério Público sobre as condutas envolvidas.

Nota da Polícia Civil de Goiás:
“A Polícia Civil de Goiás informa que os fatos noticiados são objeto de apuração pela Corregedoria da instituição, devendo ser adotadas todas as providências necessárias para a elucidação do caso.”

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