Na troca de plantão no Hospital e Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, a prisão de um maqueiro e dois enfermeiros gerou revolta e levou o Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg) a emitir uma nota de repúdio. A ação ocorreu após a Polícia Militar ser acionada para atender uma denúncia de omissão de socorro a uma gestante. O Sieg classificou a abordagem policial como “abusiva” e destacou que a paciente havia sido atendida conforme o protocolo da unidade.
De acordo com o sindicato, a mulher passou pela triagem, foi classificada como ficha verde e avaliada pelo médico plantonista, que a liberou por não estar em trabalho de parto. No entanto, o marido da gestante ficou insatisfeito e contatou um assessor de vereador, que registrou imagens no local e acionou a polícia.
Em nota, o hospital afirmou que segue rigorosos protocolos de Classificação de Risco e presta atendimento de acordo com a urgência de cada caso. A unidade informou que a paciente tentou ser atendida fora do protocolo, exigindo prioridade sobre outras mulheres que estavam em situação mais grave.
A nota do Sieg também ressaltou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde da capital, como atrasos salariais, sobrecarga de trabalho e falta de insumos. “É chocante observar nas imagens e ouvir relatos de quem presenciou as cenas, principalmente considerando o contexto de precariedade enfrentado pelos trabalhadores da saúde”, destacou.
Por outro lado, a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) afirmou que foi acionada para verificar uma possível omissão de socorro. Durante a abordagem, três profissionais foram detidos por suposta desobediência e resistência, sendo conduzidos à Delegacia de Polícia para esclarecimentos.
O caso está sendo investigado, e ambas as partes divergem sobre os acontecimentos que levaram à detenção dos profissionais.
