A crise na saúde pública de Goiânia alcançou níveis alarmantes nas últimas semanas, levando o procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra Peres, a solicitar ao Tribunal de Justiça do Estado uma intervenção estadual no setor. O pedido protocolado nesta sexta-feira (6) expõe um cenário de colapso, com graves violações aos direitos fundamentais à saúde e à vida.
A representação de 75 páginas detalha problemas como a ausência de insumos básicos, superlotação de unidades, falta de higienização adequada, escassez de combustível para ambulâncias e paralisação de médicos prestadores de serviço. A situação também é agravada por denúncias de má gestão financeira, com desvio de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e descumprimento de decisões judiciais anteriores.
Recentemente, ações do MP-GO, como a Operação Comorbidade, resultaram na prisão de membros da Secretaria Municipal de Saúde e revelaram um rombo milionário. Além disso, inspeções realizadas em maio apontaram problemas estruturais e operacionais graves, como a permanência inadequada de pacientes em unidades pré-hospitalares e hospitais sem condições de funcionamento.
O pedido de intervenção estadual inclui uma proposta de gestão direta pelo governo de Goiás nas áreas administrativa e financeira da saúde municipal. A medida é vista pelo MP como essencial para reverter o colapso, restabelecer a normalidade e assegurar a dignidade da população goianiense.
O Tribunal de Justiça avaliará o caso, enquanto o MP-GO reforça a necessidade de ações urgentes para garantir a continuidade dos serviços essenciais. A decisão final poderá definir os rumos do sistema de saúde pública na capital.