O diretório municipal do Partido Liberal (PL) de Goiânia emitiu, na noite desta terça-feira (17), uma nota de repúdio contra o vereador e ex-deputado federal Major Vitor Hugo, gerando intensa repercussão no cenário político local. O parlamentar é acusado de articular, de forma unilateral, uma aproximação entre o PL e o projeto político do vice-governador e pré-candidato ao governo de Goiás, Daniel Vilela (MDB).
No entanto, a decisão do diretório não passou sem críticas. O jornalista e especialista em gestão pública Danny Souza manifestou sua discordância em relação à nota de repúdio, destacando o que considera um boicote histórico do partido contra Major Vitor Hugo desde as eleições municipais.
“Um movimento de boicote interno”
Em sua análise, Danny Souza afirmou que a nota representa mais um capítulo de uma perseguição que já ocorre há anos. Segundo ele, o diretório municipal do PL nunca deu o suporte necessário para Vitor Hugo, mesmo nas disputas eleitorais em que o político demonstrou força.
“A nota de repúdio é, na verdade, uma tentativa de enfraquecer uma liderança que sempre foi estratégica, mas pouco valorizada dentro do partido. Vitor Hugo foi sabotado durante as eleições municipais, e agora querem fazer dele um bode expiatório em meio a uma crise interna do PL,” declarou Danny.
O jornalista também destacou que a articulação com Daniel Vilela, embora polêmica, deveria ser analisada de forma pragmática:
“Ao invés de repudiar, o PL deveria abrir espaço para o diálogo. Estratégias como essa podem fortalecer o partido em longo prazo, mas o diretório insiste em agir de forma reativa e pouco inteligente.”
Divisões internas em evidência
A crise expõe um racha entre as lideranças do PL em Goiás, colocando em xeque o discurso de unidade do partido para as próximas eleições estaduais. Para Danny Souza, a postura do diretório pode prejudicar não apenas a imagem de Vitor Hugo, mas também a do próprio PL:
“Quando um partido resolve gastar energia atacando um de seus próprios membros, a mensagem para a população é de fraqueza e desorganização. Isso não atrai novos eleitores, muito menos fortalece a base.”
Enquanto isso, a crise interna promete repercutir não apenas em Goiânia, mas em todo o estado de Goiás, influenciando alianças e disputas que já começam a se desenhar para as eleições estaduais de 2026.
O cenário político segue em tensão, e a pergunta que fica é: o PL conseguirá reverter os danos de mais essa crise interna?